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A Apple recebeu milhares de pedidos governamentais durante a primeira metade de 2019

No último relatório da “transparência” divulgado pela Apple a mesma fornece detalhes sobre os pedidos governamentais dos quais foi alvo na primeira metade de 2019.

Entre 1 de Janeiro e 30 de Junho, a Apple recebeu pedidos relacionados com os seus dispositivos (dispositivos perdidos, roubados ou pertencentes a algum individuo sobre investigação de fraude), com identificadores financeiros (para auxilio com atividades fraudulentas envolvendo cartões de crédito) e com contas de serviços, em busca de detalhes de clientes do iTunes e iCloud.

Governos de todo o mundo enviaram à Apple um total de 31 778 pedidos relacionados com dispositivos sendo que cerca de 195 577 dispositivos foram identificados em resultado destes pedidos. Estatisticamente, a Apple forneceu informação à partida confidencial em 82% dos casos.

  • Alemanha 13 558 pedidos, 21 368 dispositivos identificados
  • Estados Unidos da América 4 796 pedidos, 11 457 dispositivos identificados
  • Austrália 1 875 pedidos, 121 001 dispositivos identificados.

Dos 4664 pedidos relacionados com identificadores financeiros, 74% resultou na divulgação de informação, indica o relatório. E por fim foi ainda solicitado à Apple que fornecesse informação referente a utilizadores, preservando-a por 90 ou 180 dias.

Este relatório, embora desenvolvido com o intuito de promover a transparência da empresa deixa-nos a pensar: o que é que estamos a aceitar afinal, quando colocamos o visto nos Termos & Condições do Serviço? Qual é a legitimidade de empresas como a Apple revelarem os dados pessoais dos seus utilizadores, cederem acessos ou apagarem contas?

O conceito de privacidade tem vindo a ser muito discutido com a entrada de novas regulações no que diz respeito, por exemplo, à proteção de dados. Mas a verdade é que quando uma força governamental se apoia sobre uma empresa como a Apple, Microsoft ou outro gigante informático, em busca de informações privilegiadas para descortinar um caso polêmico, o que é o mais correto a ser feito? Envie-nos uma mensagem!

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